O BAR E A TRISTEZA

Um Bar, o que é um Bar senão um ponto de encontro para os amigos se juntarem, porem a conversa em dia, beberem uns copos, puro convívio, é porreiro, é kool, é bacano, como se diz hoje em dia, vê-se bem que sou cota, no meu tempo dizia-se espectacular, fenomenal, etc, adiante…. Mas também pode ser um local de isolamento, solidão pura para quem não tem para onde ir, nem com quem estar. Nesse caso tenta-se aproveitar a música, se essa valer a pena, ou ver um filme pela enésima vez, se o Bar tiver TVCabo, ou um vento desportivo, eu sei lá, ou até acabar como eu a escrever, a tentar descrever pelas palavras aquilo que me vai na alma, escondida pelo manto da noite escura sem brilho que reina no meu coração. À medida que a caneta vai escrevendo estas linhas (este texto foi escrito num Bar, se ainda não perceberam), surge na “Tela” – “Peter Pan – O Filme”, imagens hilariantes e divertidas de conto de fadas que nunca se gasta e que dura uma eternidade, estas provocam um ligeiro sorriso na minha face, esta também gasta por muitos anos de dor e sofrimento, mas por momentos, breves momentos durante estas noites o meu espírito jovem renasce, cresce, cresce como belo cheio de fermento. Aí nessa altura sinto-me livre, como se pudesse cruzar os céus, subir alto e mais alto, rumo à Lua, não a Lua não, é muito perto para mim, eu quero mais, eu preciso de mais, eu sei que sou capaz disso e muito mais. Mas mais uma vez olho à minha beira e estou mais uma vez sozinho nesta mesa, neste Bar, onde apenas uma mesa está vazia e onde apenas eu me encontro sozinho. Porque é que tem de ser assim?? Serei tão mau amigo?? Tão mau companheiro?? Estarei eu destinado a vaguear para sempre sozinho na noite escura sem ninguém a meu lado, para ir beber um copo, saborear os prazeres da vida sejam eles quais forem…….estarei eu tão farto da mer…..da minha vida, ou será que a vida está farta de mim?! Mórbido não é? Eu também acho, mas é o que eu sinto, pelo menos nesta altura do campeonato. De qualquer maneira entretanto, aos poucos e poucos, uns tremores surgem no meu estômago e eu já sei o porquê! Está a ficar na hora de mais um ensaio, está a ficar na hora de por uma hora ou duas eu deixar de ficar sozinho e eu sinto uma luz a iluminar a minha alma e a essa luz começa a aumentar, a aumentar, aumentar, o sorriso torna-se a minha expressão facial favorita e neste momento eu já não desejo desaparecer do mapa terrestre, este Bar já não parece assim tão mau e frio, afinal se tudo correr normalmente, no fim do ensaio vimos para aqui para beber uns copos, ou um cházinho de limão para a garganta, ehehehehe. Neste momento tudo corre bem, Pelo menos enquanto o dia não nascer.