segunda-feira, julho 19, 2010

1 Canção, 1 Poeta, 1 Morte

Apercebi-me hoje ao ouvir a rádio, que tenho um gosto por músicas deveras duvidoso. As músicas que adoro, que tenho gosto em cantar e ouvir e que me tocam a alma, são aquelas que falam de tristezas, desgostos, infelicidade, mágoa, dor e solidão. São músicas que realçam a dor na alma, corações tristes em sangue, mentes endoidecidas com pensamentos infrutíferos que a maior parte das pessoas não imaginam ser possível.

Cantam a solidão, o desprezo, o abandono, a agonia de não ser amado e/ou não conseguir amar. Falam de alguém perdido, ou de alguém que nunca se chegou a encontrar. Sinto-me perdido sem rumo, sem uma bússola que me indique o caminho a seguir. Dizem que a vida foi idealizada com obstáculos para os podermos superar, aprender e sobreviver mais um dia, mas para mim, eu sinto que não tenho uma vida com obstáculos, mas tenho sim obstáculos com uma vida.

A alegria e o desempenho que demonstro no dia a dia em tudo o que faço não passa de uma mera farsa, um embuste para todos, pois não sinto nada dentro de mim, nem Dor, nem Paixão, nem Alegria, nem Tristeza. Sinto-me como se o meu coração tivesse pura e simplesmente parado no tempo, deixou de bater, de bombear o sangue nas minhas veias, este apenas corre porque o ultimo movimento que executa permite abrir as válvulas e executa mais um ciclo e assim vai ser até um dia finalmente parar sem qualquer receio para mim para eu ser finalmente feliz.

Estou indiferente, frio, insensível, cansado. Os problemas sociais da vida particular e profissionais já não me desmoralizam ou enterram, as alegrias e aventuras não me despertam nem me moralizam.

Sinto-me... Não... Estou Morto! Morto para a sociedade, Morto para mim mesmo. Apenas vivo fisicamente dia após dia à espera que o corpo finalmente desista, que finalmente ceda, se canse deste sofrimento agonizante a que chamo de vida, pois a alma já não existe, desistiu de lutar por uma vitória impossível.

Um poeta (Almada Negreiros) um dia escreveu " Morra o Dantas, morra! Pim!"

Hoje eu digo: "Alegrem-se todos Vós! O Dantas Morreu! Pim!

Por: Fernando Dantas

Poetas


Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.

Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!

Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas

E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!

de: Florbela Espanca

domingo, julho 18, 2010

Há Palavras que nos beijam


Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transporta
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte

terça-feira, julho 06, 2010

Europeu de TT - Guarda



Está a ser muito gratificante esta minha experiência no Europeu de TT na Guarda como representante da FEPRA e Referee do Evento. Além das novas pessoas que me vão apresentando, portuguesas e estrangeiras, chego à conclusão que este mundo é realmente algo que me desperta. A competição e não só do modelismo em si é interessante e cativante. As conversas que tenho tido com alemães, ingleses e franceses entre outros fazem-me perguntar porque raio não somos todos apenas um país. Diversão inter-cultural como se fosse apenas uma diferença de localidades tipo Leiria e Coimbra. Espectaculo.

Não devo conseguir postar mais nada esta semana pois o trabalho na pista vai apertar mas para a semana prometo mais notícias...

Abraço

segunda-feira, julho 05, 2010

Morri...mas vivo


Palavras!

Existem palavras meigas que nos dão conforto, palavras duras que nos repreendem quando é necessário. Existem palavras verdadeiras que nos incentivam e dão confiança, palavras fortes que nos chamam à razão. Existem muitas palavras mas também existem palavras mortais, que nos ferem, que nos matam sem violência física...apenas palavras.
Palavras que contêm um segundo sentido - o do ataque directo sem receio das consequências, palavras que nos dizem sem pensar no mal que daí advém. Esta noite ouvi dessas palavras. Feriram-me e mataram-me som uma rapidez enorme. Qual formula 1, qual TGV, qual tiro, foi imediato como que se me quisessem dizer ou insinuar algo frouxamente mas erraram nas palavras.
Esta noite estou vivo mas morri...morri para alguém, para alguém estou morto e para alguém me sinto morto. As palavras feriram-me mortalmente com tal intensidade que ainda agora as oiço, as sinto esfaquearem-me até o meu corpo desfalecer uma e duas e três vezes sem parar. Senti-me morto.
Estou vivo mas morri, foi rápido demais para me aperceber mas muito doloroso. Não gostei, doeu e sangrou, ainda sangra. Morri para essa pessoa e para ela estou morto, não digo que um dia não "ressuscite" mas por agora estou morto e enterrado.
Fui




sexta-feira, julho 02, 2010

European Championship 1/8 TT

Pela primeira vez vou estar presente num campeonato Europeu, numa prova internacional, infelizmente não vai ser a correr mas vai ser uma boa experiencia como membro da oficial da FEPRA e vou estar ligado à organização do evento.

Vai ser bom estar uma semana a conviver com os melhores pilotos europeus, mesmo que seja só a "ver" (trabalho não há-de faltar de certeza).

Para o próximo ano está na calha outro projecto internacional mas dessa vez queria estar com o rádio na mão :D